"" → Ganhar dinheiro no automático

Uniformização de valores e crenças

No mundo globalizado, parece haver uma tendência de uniformização de valores e crenças: a cultura de massas igualaria todos os homens, levando-os a pensar de um mesmo modo. Mas isso não é verdade. Sob essa aparente padronização cultural está, por exemplo, o desejo de vários grupos em afirmar suas identidades: são mulheres,gays, negros, indígenas, imigrantes lutando por espaço em nossa aldeia global.

Em meio à igualdade jurídica do Iluminismo, à igualdade econômica do socialismo e à padronização de valores do capitalismo globalizado, sempre há grupos sociais que procuram se distinguir dos demais.



Aliás, os conceitos de maioria e minoria são extremamente úteis para esse tipo de análise. Seria muito fácil defini-los na perspectiva numérica. Acontece que, às vezes, uma maioria numérica tem menos força do que uma minoria. Veja-se o caso das mulheres: embora dados estatísticos mostrem que há mais mulheres do que homens no Brasil, elas ocupam menos cargos públicos e recebem salários menores do que os homens. Em contrapartida, há certas classes profissionais - como a dos médicos e a dos advogados - que, apesar de serem minoria numérica no mercado de trabalho, têm um enorme prestígio social, o que significa um alto poder de mobilização na defesa de seus interesses. Outras profissões, estatisticamente mais representativas, não têm tanta expressividade social.

A individualidade humana e os comportamentos sociais são indissociáveis. Maoris da Oceania (na imagem à esquerda) ou punks europeus (à direita) procuram criar símbolos de identificação que, ao mesmo tempo, diferenciem os grupos no que a Antropologia analisa como relações de identidade e de alteridade.


Marx, Weber e Durkheim

Três pensadores podem ser considerados os pais da Sociologia: Karl Marx (1818-1883), Max Weber (1864-1920) e Émile Durkheim (1858-1917). Eles deram dimensão científica à disciplina e começaram a estudar, de modo mais sistemático, as formas de organização e as regras de funcionamento das sociedades humanas, procurando determinar as normas que regem as relações sociais. Esses procedimentos implicavam a análise das instituições e dos comportamentos sociais, bem como da ideologia, da cultura e das relações de trabalho que se construíam no mundo capitalista.

Mas a Sociologia, em sua tarefa de escudar os indivíduos em grupo, em sociedade, como seres sociais que somos, é mais do que uma ciência. Além de procurar compreender (com rigor de métodos e técnicas de investigação) a sociedade moderna, os sociólogos muitas vezes demonstraram desejo de intervir na ordem social, de maneira que as reflexões científicas se misturaram às intenções práticas. Nada mais previsível. Já que vivemos numa sociedade multifacetada, em que há valores divergentes e choque de interesses, era de se esperar que os sociólogos não se comportassem como "técnicos que dissecam cadáveres". A sociedade é um organismo vivo, complexo, que se modifica continuamente (e do qual o sociólogo é um componente vivo e interdependente); por isso, para compreendê-la, muitas vezes é preciso posicionar-se dentro dela, no olho do furacão.

Identidade e alteridade: o nascimento da Antropologia

No século XIX, na mesma época em que a Sociologia surgia como disciplina das ciências humanas, apareceram pesquisadores interessados pelo modo de vida, pelos costumes, pelas crenças de grupos sociais que viviam longe da Europa ocidental. Segundo esses pesquisadores, para conhecer "o homem", não bastava estudar a sociedade europeia (considerada, equivocadamente, um todo coeso e uniforme); seria preciso analisar agrupamentos sociais formados por não europeus, preferencialmente aqueles com hábitos bastante diversos dos moradores de Paris, Londres ou Milão. Assim se deu o nascimento da Antropologia.

Com efeito, do ponto de vista biológico, todos os homens são iguais e pertencem a uma mesma espécie (biologicamente, não existem "raças" humanas - nossas características genéticas são todas de uma mesma "raça" ou, mais propriamente, da mesma espécie). Porém, do ponto de vista antropológico, cada agrupamento humano tem a sua cultura e as suas particularidades. Foi por isso que os primeiros antropólogos, reconhecendo essas diferenças, resolveram estudar sociedades não europeias, cujas culturas eram menos conhecidas e, desse modo (mais distanciado e menos contaminado, com menos pressuposições e preconceitos), permitiriam melhor ganhar dinheiro online ter acesso a um método confiável para alcançar os objetivos desenvolvimento das pesquisas que se iniciavam. 

A Antropologia é a ciência da diferença, da alteridade. Alteridade se opõe a identidade - o radical alter significa, em latim, "outro". Portanto, se o "eu" define a identidade, o "outro" caracteriza a alteridade. A relação entre membros de uma mesma cultura é de "identidade"; a relação entre membros de culturas diferentes é de "alteridade" - sobre esses universos transita a pesquisa da Antropologia.



Muitas vezes, para fazer parte de um grupo social - de um Estado, de uma etnia ou de uma religião - e, assim, afirmar uma identidade, é preciso dialogar com a alteridade. Isso porque fazer parte de uma cultura é não fazer parte de outra. Aos antropólogos, não cabe somente estudar os conflitos que podem advir daí, mas também analisar as condições em que se estabelecem os laços de identidade e as relações de alteridade.

Um conceito fundamental nesta reflexão é o de etnocentrismo. Passo a passo para fazer um TCC De acordo com uma visão etnocêntrica de mundo, o grupo étnico ou a nação a que se pertence seriam socialmente mais importantes do que os demais. Em sua origem, o etnocentrismo partia da ideia, disseminada entre certos grupos tribais, de ser o seu grupo o único realmente humano ou, pelo menos, o grupo do qual teria se originado a espécie humana. Daí para a concepção de serem todos os demais grupos inferiores ou inacabados na evolução da espécie foi só um passo.

Origens da Sociologia

Podemos rearranjar a citação de Aristóteles e concluir que o homem, embora tenha sua  individualidade, vive em sociedade, que é um agrupamento de pessoas que formam uma coletividade, uma comunidade, ou seja, é um conjunto de indivíduos que vivem num determinado momento e num determinado lugar, que seguem as mesmas normas e têm valores semelhantes.

Como se vê, o conceito de sociedade é bastante abrangente, pois pode designar tanto um grupo muito amplo - como a sociedade do século XXI - quanto agrupamentos mais específicos - como a sociedade cristã medieval.



Desde a Antiguidade Clássica, principalmente com Aristóteles, vários intelectuais se interessam pelo estudo da sociedade. Porém, até meados do século XIX, não existia ainda uma ciência da sociedade.
Foi precisamente durante o Setecentos (1701-1800), sob os ímpetos libertários da Revolução Francesa e as transformações tecnológicas da Revolução Industrial, entre a consolidação do capitalismo e o acirramento da luta de classes, em meio à independência das colônias americanas e ao fim da escravidão, que surgiu a Sociologia. Clique aqui agora.

Montesquieu (1689-1755), Saint--Simon (1760-1825), Auguste Comte (1798-1857) e Alexis de Tocqueville (1805-1859), entre outrade do século XIX, quando o positivismo, o evolucionismo social e o determinismo ganharam força,os, foram os precursores do pensamento sociológico moderno, pois suas obras buscavam investigar e explicar a vida social. Porém, só alguns anos mais tarde a Sociologia iria emergir como ciência, já na segunda metade como era esperado numa época em
que a ciência era vista como o modo superior de compreensão do mundo.

Relações sociais e identidade

Desde Aristóteles, com sua percepção de que o homem é um ser social, atentamos à realidade de que os humanos são seres cuja forma privilegiada de organização é em grupo, o que pressupõe tanto a celebração dos valores comuns quanto a necessidade de conviver com as diferenças.

Isso não significa que os homens não tenham, desenvolvam ou prezem sua individualidade. Todo ser humano tem suas crenças pessoais, seus sonhos, seus medos, suas habilidades e suas limitações. Aliás, a individualidade é exatamente isto: o conjunto de características que distingue as pessoas, garantindo-lhes a originalidade, a unicidade, a particularidade. Acontece que, embora o homem possa ser tomado como um indivíduo, isto é, como alguém considerado isoladamente no grupo a que pertence, os valores individuais não podem chegar ao extremo de desprezar nosso caráter social. Afinal, individualidade não pode ser confundida com individualismo. Saiba mais no site.



Entendemos por individualismo a atitude de quem procura satisfação pessoal a qualquer custo, vivendo exclusivamente para si; trata-se de um comportamento egoísta, que nega o valor (e mesmo as vantagens) da convivência e do compartilhamento da experiência. Dessa forma, o individualismo toma o homem como "uma ilha" e, por isso, pode levar o ser humano à desagregação. Já a ideia de individualidade não se confunde com o egoísmo, uma vez que podemos viver em grupo, estabelecendo relações sociais, e, ao mesmo tempo, ter características que nos diferenciem das demais pessoas.

Do ponto de vista lógico, todo ser humano é um indivíduo (que significa, literalmente, "o que não se divide"), pois os homens são seres unitários reais, que podem ser reconhecidos por meio da experiência. Existem várias disciplinas que se interessam, em maior ou menor grau, pelo estudo do indivíduo, como a Psicologia, a Biologia e a Filosofia. Para nós, neste curso, importa o estudo da sociedade.