"" → Ganhar dinheiro no automático: Uniformização de valores e crenças

Uniformização de valores e crenças

No mundo globalizado, parece haver uma tendência de uniformização de valores e crenças: a cultura de massas igualaria todos os homens, levando-os a pensar de um mesmo modo. Mas isso não é verdade. Sob essa aparente padronização cultural está, por exemplo, o desejo de vários grupos em afirmar suas identidades: são mulheres,gays, negros, indígenas, imigrantes lutando por espaço em nossa aldeia global.

Em meio à igualdade jurídica do Iluminismo, à igualdade econômica do socialismo e à padronização de valores do capitalismo globalizado, sempre há grupos sociais que procuram se distinguir dos demais.



Aliás, os conceitos de maioria e minoria são extremamente úteis para esse tipo de análise. Seria muito fácil defini-los na perspectiva numérica. Acontece que, às vezes, uma maioria numérica tem menos força do que uma minoria. Veja-se o caso das mulheres: embora dados estatísticos mostrem que há mais mulheres do que homens no Brasil, elas ocupam menos cargos públicos e recebem salários menores do que os homens. Em contrapartida, há certas classes profissionais - como a dos médicos e a dos advogados - que, apesar de serem minoria numérica no mercado de trabalho, têm um enorme prestígio social, o que significa um alto poder de mobilização na defesa de seus interesses. Outras profissões, estatisticamente mais representativas, não têm tanta expressividade social.

A individualidade humana e os comportamentos sociais são indissociáveis. Maoris da Oceania (na imagem à esquerda) ou punks europeus (à direita) procuram criar símbolos de identificação que, ao mesmo tempo, diferenciem os grupos no que a Antropologia analisa como relações de identidade e de alteridade.